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Não é possível determinar com rigor o ano em que iniciou a sua atividade todavia, estima-se que o ano de 1880 seja o ponto de partida.
Aproximadamente nesta altura, Joaquina Pedrosa da Silva, criou um tipo de Pão-de-ló original designado “Pão-de-ló Coberto de Vizella”, produto com que fundou a Casa do Pão de Ló “Delícia”.
É crível que Joaquina Pedrosa Ferreira da Silva tenha herdado de sua família o saber e os princípios da confeção desta iguaria, tendo sido garantidamente a D. Joaquina que terá dado os passos decisivos na criação e comercialização de um original Pão-de-ló que designou por “Pão-de-Ló Coberto de Vizella”.
A sua elevada qualidade e sabor único, eram apreciados por refinados consumidores que ao provarem exclamavam “Que Delícia!”, surgindo assim o nome de batismo da casa fundada para a sua comercialização: “Casa do Pão-de-Ló Coberto de Vizella – Delícia”.
Joaquina Pedrosa da Silva mandou construir o atual edifício da “ Casa do Pão de Ló Delícia” e transferiu par aí a atividade de confeitaria por volta do ano de 1912.
Foi a primeira empresa em Vizela a fabricar o Bolinhol, passando o negócio entre gerações, José Ribeiro Ferreira, filho dos fundadores, e sua esposa, posteriormente para Maria José Ribeiro Ferreira Vaz, neta dos fundadores e seu marido Joaquim Lopes Vaz, até Tiago Vaz, atual proprietário e bisneto dos fundadores e 5ª geração.
Presumivelmente, este doce típico de Vizela foi criado em resposta à necessidade de agradar e surpreender os clientes das termas, que gostavam de frequentar bons hotéis, restaurantes, bailes e não só, proporcionando assim um doce diferente.
A Casa do Pão de Ló Delícia desenvolve a sua atividade na área da pastelaria, com fabrico próprio e comercialização do Pão de Ló Coberto de Vizela – Bolinhol, Pão de Ló Tradicional, entre outros, tais como: Doces de Gema; Cavacas; Biscoitos de Manteiga; Massapães; Doce da Avó; Húngaros; Folhadinhos de Ovos Moles; Pudins e Tardes Variadas.
Utilizam ainda nos dias de hoje, a “receita original e métodos tradicionais”, onde a massa passa pelos “batedores”, onde é colocada em formas retangulares e cozida em fornos de barro, cujo aquecimento é realizado com um maçarico, tendo sido outrora utilizada a lenha, para esse efeito.
Construído em 1921, o edifício, ao longo dos anos cresceu em altura, foi ampliado e alterado, auferindo-lhe o aspeto que ainda hoje o carateriza e que Tiago Vaz preserva com toda a dedicação que o património exige.
Na decoração do interior, utilizam mobiliário em arco com o detalhe da Flor–de-Lís, cuja flor remete para o passado histórico, testemunho da passagem dos Romanos por Vizela. Em termos de equipamento importa realçar a existência de balanças, fornos de barro, os batedores com mais de 40 anos e as formas retangulares antigas, para o Bolinhol.